Moranguinhos




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Proj. Educativo S.J.M 2010/11

  

 

 

PROJECTO EDUCATIVO MORANGOS® S. J. MADEIRA - ANO LECTIVO 2010/2011

 

 

 

Logo Morangos

 

 

 

 

ÍNDICE

 

 I PARTE

 

1.1 - Identificação

1.2 - Projecto Educativo

1.3 - Caracterização do Meio

1.3.1 -Situação Geográfica de S. João da Madeira

1.3.2 - Rede Transportes/Comunicação

1.3.3 - Registo Histórico

1.3.4 - Património Cultural

1.3.5 - Lazer, Desporto e Eventos

1.3.6 - Actividades Económicas

1.4 - Equipamentos do Concelho

1.4.1 - Equipamentos Sociais

1.4.2 - Equipamentos Escolares

1.5 - Caracterização do Espaço MorangosÒ S. João da Madeira

1.5.1 - História

1.5.2 - Caracterização física da instituição

1.5.2.1 - Localização

1.5.2.2 - Instalações

1.5.2.3 - Mapa espaço interior/exterior

1.5.2.4 - Memória descritiva

1.5.3 - Plano de segurança

1.6 - Recursos Materiais do espaço MorangosÒ S. João da Madeira

1.6.1 - De utilização

1.6.2 - De desgaste

1.7 - Recursos Humanos do espaço MorangosÒ S. João da Madeira

1.7.1 - Organigrama

1.8 - Apoios Externos/Parcerias

1.9 - Organização do Tempo

1.9.1 - Horário da Creche

1.9.2 - Horário Jardim de Infância

1.9.3 - Reuniões/Atendimento

 

II PARTE

 

2.1 - Objectivos Fundamentais da Creche

2.1.1- Metodologias e Estratégias

2.1.2 - Desenvolvimento de Actividades

2.2 - Objectivos Fundamentais do Jardim-de-Infância

2.2.1 - Conteúdos Programáticos

2.2.2 - Actividades Curriculares

2.2.3 - Actividades Extracurriculares

2.3 - Metodologia e Estratégias

2.4 - Plano Anual de Actividades

2.5 - Avaliação

 

Considerações Finais

 

Referências Bibliográficas

 

ANEXOS

 

ANEXO I - Mapa da sala e Mapa do exterior

ANEXO II - Memória descritiva

ANEXO III - Plano de segurança

 

  

 

I PARTE

 

 

 

1. 1 - Identificação

   

. Denominação Social: Sociedade a constituir entre os sócios:

Sandra Lourenço e Joaquim Pereira

. Estrutura Jurídica: Sociedade por quotas

. Capital Social: 10.000 €

. Sede Social: Rua António José Pinto Oliveira Zona Industrial das Travessas 3700-309 São João da Madeira

 

O Grupo Morangos® é um projecto único na área da educação e serviços para crianças, sendo já uma marca reconhecida no mercado português pela sua qualidade e atractivos para as crianças, pais, colaboradores e parceiros de negócio.

A Creche Morangos® proporciona aos seus bebés um ambiente de aprendizagem activa, oferecendo espaços altamente qualificados, equipados com materiais exclusivos. São espaços de elevada qualidade, segurança e conforto, onde os detalhes são pensados ao pormenor, desde a imagem, decoração, equipamento e objectivos pedagógicos. A Creche Morangos® tem como objectivo fundamental a estimulação do desenvolvimento físico, a coordenação motora, o desenvolvimento sensorial e cognitivo, a função simbólica e a linguagem da criança até aos 3 anos de idade. Oferece espaços compostos por áreas acolhedoras e um ambiente familiar, fundamental ao desenvolvimento de cada bebé, onde as práticas pedagógicas são adequadas ao estádio em que cada bebé se encontra.

O Jardim-de-Infância Morangos® disponibiliza inovadoras actividades curriculares e extracurriculares, oferecendo espaços de aprendizagem activa e materiais exclusivos Morangos, promovendo o desenvolvimento de cada criança, em cada estádio. O Jardim-de-Infância Morangos® tem como objectivo fundamental a promoção do desenvolvimento físico, intelectual, pessoal e social, de uma forma global e harmoniosa, da criança dos 3 aos 5 anos de idade.

Os Educadores da Creche e Jardim-de-Infância orientam a sua acção pelo Projecto Educativo e Pedagógico Morangos®, estruturados cuidadosamente no seio da sua realidade sociocultural e apoiados em materiais exclusivos, como os Livros, revistas e CD´s do Morangui®, mascote oficial da marca.

Além destas actividades, as Unidades Morangos® promovem aos fins-de-semana Festas de Aniversário Infantis, um serviço criado a pensar no divertimento das crianças num espaço à sua medida, proporcionando toda a animação, entretenimento e segurança, para descanso dos pais. Disponibilizam também programas de férias, transporte regular, serviço de alimentação, serviço de Babysitting e prolongamento de horário que surge a pensar nas necessidades da família actual, mas também nos seus momentos de lazer, pois os pais poderão deixar os seus filhos entregues a pessoal especializado, com total segurança.

O conceito Morangos® teve a sua origem no ano de 1997 em Matosinhos (unidade piloto), numa fase inicial na vertente de Academias (6 aos 12 anos) e posteriormente alargado a Creches (0-3 anos) e Jardim-de-Infância (3-6 anos). Criada a pensar nos mais pequenos e nas suas famílias, a Morangos® está presente em todo o país com as suas Creches, Jardins-de-Infância, Academias, Parques Temáticos e mais recentemente com a Loja de Produtos MorangosÒ. Estes espaços encontram-se dotados das mais rigorosas normas de segurança e adequadas soluções de conforto, com a utilização de materiais exclusivos da marca Morangos®.

O sistema de expansão territorial da Morangos® (Creche, Jardim-de-Infância, Academia, Parque Temático e Loja Morangos®) desenvolve-se em modelo de franchising, sendo cada unidade gerida de forma independente.

  

 

1.2 - Projecto Educativo

 

Neste início de século a sociedade caracteriza-se pela transformação contínua e acelerada das estruturas sociais e económicas. Esta situação leva-nos a repensar as nossas crianças e as suas infâncias.

Inseridos numa sociedade em permanente mudança no aspecto afectivo, económico e cultural, fazemos o propósito de contribuir para que a Unidade Morangos® S. João da Madeira desperte para a construção de uma sociedade rica em valores humanos e sociais, pautando-se pela firmeza e humanidade, com justiça e abertura.

O nosso caminho é o de uma estrutura viva, confiante, responsável e credível porque sabemos que educar visa o futuro e que a educação deve ser prospectiva em relação ao adulto de amanhã mas sobretudo empenhada na infância ou a Criança de hoje.

A Unidade Morangos® S. João da Madeira proporcionará às crianças um ambiente de aprendizagem activa tendo em conta espaços e recursos altamente qualificados e funcionais, fáceis de utilizar e esteticamente atraentes. Tem como objectivo a promoção do desenvolvimento da criança dos 1 aos 5 anos e, através do seu conceito inovador, proporcionar um local acolhedor baseado num ambiente familiar, fundamental para um desenvolvimento optimizado dos bebés e das crianças mais velhas.

A Criança é o nosso maior bem. O nosso projecto visa promover a sua inserção nos mais diversos grupos sociais, favorecendo uma progressiva consciência como membro da sociedade. Queremos proporcionar às crianças uma situação de bem-estar e segurança, despertar a sua curiosidade, espírito crítico e colaborar com a família na despistagem precoce de inadaptações ou deficiências, num espaço privilegiado, com uma forte componente de liberdade e ligação à natureza.

Adoptado como um método de trabalho, a implementação do Projecto Educativo requer a participação de cada membro da equipa educativa que contribui segundo as suas capacidades e conhecimentos, com o objectivo de realizar um trabalho conjunto, decidido, planificado e organizado de comum acordo.

O Projecto é orientado para a resolução de um problema. Este deve obedecer a certas características: ser Global, tendo em conta todos os procedimentos que intervêm no Projecto Educativo; ser Fundamentado em bases científicas; ser Colectivo, implicando todos os intervenientes nesse Projecto (pais, crianças, educadores, funcionários e instituições envolvidas); ser Explícito, devendo definir claramente as linhas básicas que inspiram o Projecto e que são partilhadas por todos; ser Educativo.

O Projecto Educativo tem como finalidade praticar competências sociais, tais como a comunicação, o trabalho em equipa, a gestão de conflitos, a tomada de decisões e a avaliação de processos. Servirá para aprender fazendo, ligar a teoria à prática e proporcionar a interdisciplinaridade com uma base estruturada, isto é, no âmbito do projecto. A realização de múltiplas aprendizagens, desenvolvimento das capacidades e a resolução de problemas, partindo das situações e dos recursos existentes, são uma realidade para o grupo de crianças mas também para os adultos intervenientes.

O movimento de educação progressista, associado ao pensamento de John Dewey (1859-1952), defende o experimentalismo e apela a atender aos interesses das crianças, a preocupação de ligar a educação a objectivos pragmáticos e práticos e o reconhecimento de diferenças, gostos e necessidades individuais no ritmo de aprendizagem de cada criança.

O Projecto Educativo é um documento que orienta a acção educativa e esclarece o significado das actividades, diagnosticando os problemas reais e os seus contextos mas que exige a participação crítica e criativa de crianças e adultos envolvidos. Através do Projecto Educativo podem ser previstos e identificados os recursos necessários e também o quê avaliar, para quê, como e quando avaliar.

Os adultos intervenientes estão implicados na criação de relações humanas e disponibilização de materiais que favoreçam e contribuam para a realização de uma obra vivenciada, numa escola actuante e democrática que considera a família como agente educativo primordial do processo educativo, tendo em vista a inserção da criança numa sociedade como ser autónomo, livre e solidário.

O projecto educativo assume, assim, um papel preponderante servindo como eixo de referência, orientação e divulgação da nossa postura como instituição e profissionais de educação. O projecto como ideia para uma transformação do real não se pode esgotar em "estéticas relações de boas intenções" (Escudero Muñoz, 1988:87). Embora se situe na charneira de dois pólos: intenção e programação, ou seja, o da utopia, sonhos e intenções e o da programação dos meios de pôr coerentemente em acção. Pode definir-se como um contrato que compromete e vincula todos os membros da comunidade educativa numa finalidade comum, sendo o resultado de um consenso a que se chega depois de uma análise de dados, necessidades e expectativas. Ele é aberto e dinâmico, de forma a permitir apropriações e adequações às realidades onde é proposto e será desenvolvido - resposta à diversidade das populações que serve.

Para a elaboração deste documento houve que reflectir sobre as características do meio envolvente, tendo consciência da forma como o meio influencia todo o sistema de desenvolvimento/aprendizagem das nossas crianças.

O Espaço Morangos® S. João da Madeira localiza-se na Rua António José Pinto Oliveira, no lugar de Travessas, na freguesia de São João da Madeira, concelho de São João da Madeira. Este concelho juntamente com Oliveira de Azeméis e Santa Maria da Feira, constituem o "Eixo Urbano do Entre Douro e Vouga", que corresponde à zona mais urbana e dinâmica do NUT III - Entre Douro e Vouga, o qual configura um contínuo demográfico em que as diferentes localidades se complementam ao nível dos serviços e equipamentos. A sua economia baseia-se grandemente nos sectores dos serviços e da indústria. Em termos de emprego, 62% dos trabalhadores da cidade trabalham no sector secundário e 38% no sector terciário. Em 2007 São João da Madeira tinha 3660 empresas. As micro e pequenas e médias empresas dominam o panorama do emprego em S. João da Madeira, com quase 74% dos trabalhadores. A cidade tem forte tradição na área industrial, designadamente na área do calçado, chapéus, lápis, componentes para automóveis, indústrias têxtil, colchões, colas, fundição e tubos. Os horários de algumas das actividades laborais das famílias são mais alargados e a prestação do trabalho em turnos reafirma a necessidade de assegurar o bem-estar e segurança dos seus filhos durante o período laboral.

Para a elaboração deste documento houve que reflectir sobre as características do meio envolvente, tendo consciência da forma como o meio influencia todo o sistema de desenvolvimento/aprendizagem das nossas crianças.

 

 

 

1.3 - Caracterização do Meio

  

 

1.3.1 - Situação Geográfica de S. João da Madeira

 

São João da Madeira é uma cidade portuguesa situada na região Norte e sub-região de Entre Douro e Vouga. O município é limitado a norte e oeste pelo município de Santa Maria da Feira e a este e sul por Oliveira de Azeméis. 

 

Mapa 

Mapa de São João da Madeira

 

São João da Madeira é um dos cinco municípios de Portugal com uma única freguesia. Tornou-se um município autónomo da vizinha Oliveira de Azeméis em 11 de Outubro de 1926, tendo sido elevado ao estatuto de cidade em 28 de Junho de 1984, pela lei n.º 13/84.

É sede do mais pequeno município português em área, possuindo apenas 8,11 km², que correspondem à área da cidade, o que lhe confere uma elevada densidade populacional: 2601,97 hab/km², sendo considerado o concelho mais pequeno do país e dos mais pequenos da Europa. No entanto, São João da Madeira é a segunda maior cidade do distrito de Aveiro e a maior cidade da região Entre Douro e Vouga. O seu forte desenvolvimento, na 2ª metade do Séc. XX, levou a que a área urbana da mesma ultrapassasse os seus reduzidos 8 km², levando a que freguesias de concelhos vizinhos vissem a sua população aumentar desmesuradamente. A sua verdadeira área urbana possui cerca de 40 mil habitantes, fruto da população das freguesias vizinhas de Cucujães (11.000); Arrifana (8.000); São Roque (5.000); Milheirós de Poiares (4.000).

 

 

 

É um centro urbano de grande influência regional, com uma população residente estimada actualmente em cerca de 30.000 habitantes e uma população flutuante estimada em 30.000, pelo que diariamente S. João da Madeira acolhe cerca de 60.000 cidadãos. São 21 os lugares deste concelho: Casaldelo, Corgas, Carquejido, Espadanal, Fundo de Vila, Fundões, Fontaínhas, Laranjeiras, Mourisca, Orreiro, Parrinho, Pedaço, Ponte, Praça, Quintã, Ribeiros, Tapado, Travessas, Vale, Vista Alegre e Volta.

O clima de S. João da Madeira é marítimo. De Inverno os índices de pluviosidade são altos e os Verões curtos e secos. Os solos são graníticos e xistosos, ricos em potássio e óxido de ferro e pobres em ácido fosfórico. Os terrenos são muito férteis nas margens do rio Ul. O ponto mais alto deste concelho mede 300 metros de altitude e situa-se no lugar da Mourisca.

S. João da Madeira faz fronteira a Norte com a freguesia de Milheirós de Poiares e a Oeste com a freguesia Arrifana, ambas do Concelho de Santa Maria da Feira, a Sul com a freguesia de Cucujães e Vila-Chã de S. Roque, e a Este com Nogueira do Cravo e Macieira de Sarnes, do Concelho de Oliveira de Azeméis.

É com estes Concelhos e os de Vale de Cambra e Arouca que S. João da Madeira forma o Agrupamento de Concelhos do Entre Douro e Vouga, no qual detém uma posição central e de interdependência e com os quais desenvolve fortes interacções tanto de âmbito económico como social e cultural, o que sujeita a cidade de S. João da Madeira a fortes pressões demográficas, resultantes do facto de servir uma população que está muito para além da residente. Os concelhos mais industrializados são S. João da Madeira, Santa Maria da Feira e Oliveira de Azeméis, os quais também geram tráfego intenso de veículos pesados e ligeiros.

 

Vista aérea do centro de São João da Madeira

 

A cidade de São João da Madeira encontra-se no extremo norte do distrito de Aveiro e região da Beira Litoral, ocupando posição central na sub-região de Entre Douro e Vouga. Faz fronteira a Norte com a freguesia de Milheirós de Poiares e a Oeste com a freguesia Arrifana, ambas do concelho de Santa Maria da Feira, a Sul com a freguesia de Cucujães e Vila Chã de São Roque, e a Este com Nogueira do Cravo e Macieira de Sarnes, do concelho de Oliveira de Azeméis.

São João da Madeira assenta sobre o dorso maciço de uma airosa colina, entre os 50 e os 300 metros de altitude distando18 km da Costa Marítima, 32 km do Porto, 40 km de Aveiro e 275 km da capital, Lisboa. A cidade é atravessada no seu maior eixo, norte-sul, pelo rio Ul. O clima de S. João da Madeira é marítimo. De Inverno os índices de pluviosidade são altos e os Verões curtos e secos.

 

 

1.3.2 - Transportes/Comunicação

 

São João da Madeira é atravessada pela IC2, antiga N1 - Estrada Nacional nº 1. Dista apenas 8 km da principal auto-estrada do país (A1) e da A29. Está em construção uma nova auto-estrada que irá ligar a cidade directamente ao Porto (A32 - São João da Madeira - Carvalhos), com data de conclusão prevista para 2011 e em projecto uma outra que fará a ligação da cidade a Ovar.

Em termos de transportes públicos, São João da Madeira possuiu uma rede urbana de autocarros, os TUS. Estes possuem duas carreiras dedicadas (linhas azul e verde) complementadas pelo actual sistema de transportes interurbanos explorado pela empresa Caima Transportes, S.A.

São João do Madeira é também atravessado pela ferrovia, fazendo parte da ligação Espinho-Aveiro (linha do Vouga), estando aprovada uma proposta para a criação nesta cidade de uma rede de Metropolitano.

A estrutura viária existente serve o concelho de S. João da Madeira de forma satisfatória. Exemplo disso é o razoável acesso à Auto-estrada (A1), que liga o Porto a Lisboa e à IP5, tornando os aeroportos (do Porto e de Lisboa) e os outros países europeus mais próximos deste concelho.

Dentro do próprio concelho existem boas vias de comunicação, de entre as quais se destaca a variante ao IC2, alternativa à EN1, evitando a passagem pelo interior da cidade. A existência de boas avenidas também facilita a circulação dos veículos dentro da cidade. As infra-estruturas de transportes permitem ao cidadão circular sem grandes limitações quer dentro da cidade, quer com os concelhos vizinhos, ou para as grandes cidades como Porto, Coimbra, Aveiro, Braga e Lisboa.

 

 

 

1.3.3 - Registo Histórico

 

As origens de São João da Madeira remontam a um período prévio ao da formação da nacionalidade, como comprovam duas cartas de venda em pergaminho, datadas de 1088, onde é referida a "uilla de Sancto Ioanne que dicent Mateira". O topónimo "Madeira" parece ter a ver, segundo os historiadores, com a abundância arborícola da região. Estes dois manuscritos podem encontrar-se no arquivo da cidade, sito nos Paços da Cultura.

Durante muitos séculos, São João da Madeira passou despercebida no contexto nacional. Em meados do século XIX, contudo, opera-se uma mudança dramática na história local. A pequena aldeia de São João da Madeira acabaria por se tornar num dos maiores epítomos da Revolução Industrial em Portugal, transformando-se, num intervalo reduzido de anos, num dos maiores pólos industriais do país. A produção de chapéus é a primeira actividade industrial que se fixa. António José de Oliveira Júnior, um ex-operário, foi um dos maiores impulsionadores da indústria na localidade, fundando, em 1892, a primeira fábrica de fabrico de chapéus de pêlo, e em 1914 aquela que se tornaria um dos maiores símbolos de São João da Madeira - a "Empresa Industrial de Chapelaria Lda.". Totalmente mecanizada, quando começou a laborar era a maior fábrica da Península Ibérica. Acompanhou a história da indústria de chapelaria em Portugal e hoje, o que resta do edifício aloja o Museu da Chapelaria. Oliveira Júnior viria a ser reconhecido na altura pelo próprio Governo, que lhe concedeu o diploma de Mérito Industrial e Agrícola, e é figura grata na sua cidade, que ergueu um busto em sua honra e deu o seu nome a uma das principais ruas da cidade. No primeiro quarto do século XX, com o crescente progresso e instalação de indústrias, a explosão demográfica foi de tal ordem que, num intervalo curto de tempo, a aldeia de São João da Madeira ultrapassou em população a sua sede de concelho, Oliveira de Azeméis, bem como a da histórica Vila da Feira. Num período de quatro anos, São João da Madeira adquiriu o estatuto de vila (1922) e a sua autonomia administrativa (1926), por desmembramento do concelho de Oliveira de Azeméis. No decreto nº 12.456, o Governo considerava São João da Madeira o "centro industrial mais importante do distrito de Aveiro", cujo desenvolvimento económico e social estava a ser "prejudicado, sufocado pela sua inferior categoria administrativa". A independência administrativa foi fruto de uma lenta estratificação histórica local, tendo desempenhado um papel relevante nesta conjuntura a imprensa local (O Regional), nascida de "um grupo de rapazes com sangue a estuar nas veias e ansiosos pelo progresso constante de São João da Madeira", grupo de notáveis sanjoanenses que constituíram o "Grupo Patriótico Sanjoanense", liderados pelo padre jesuíta e historiador português Serafim Leite. Já com a sua autonomia administrativa, em plena Segunda Guerra Mundial, a indústria do feltro sobe em flecha em Portugal. Nos anos 40, a produção de pêlos e feltros é centralizada em S. João da Madeira, com a criação, em 1943, da Cortadoria Nacional do Pêlo, a única fábrica do país que trabalha os pêlos, nacionalizada em 1945. Em 1946, dos 1775 operários da indústria de chapelaria em Portugal, 1212 trabalhavam em São João da Madeira. A indústria de chapelaria era um dos mais importantes ramos de actividade industrial em Portugal, e São João da Madeira era a sua sede.

 

Unhas Negras

 

A actividade na região foi imortalizada pelo escritor João da Silva Correia, no seu romance "Unhas Negras". Esta expressão pejorativa designava os operários da indústria dos chapéus que, em virtude do árduo trabalho em caldeiras de vapores designadas de fulas, ficavam com as unhas deterioradas e tingidas de preto. O termo acabaria por se generalizar, servindo para designar, durante muito tempo, todos os habitantes de São João da Madeira. A palavra Labor, no escudo da cidade, pretende significar precisamente que foi à custa do trabalho dos seus "Unhas Negras" que a cidade se desenvolveu e emancipou. A actividade da chapelaria viria, no entanto, a decair nas décadas seguintes, com o desuso deste utensílio têxtil por parte da população. Paralelamente, a indústria do calçado foi crescendo, acabando por se tornar a principal actividade económica da cidade e tornando São João da Madeira conhecida como a "Capital do Calçado".

 

 

1.3.4 - Património Cultural

 

Museu da Chapelaria e Monumento "Unhas Negras"

 

Único na Península Ibérica, o Museu da Chapelaria contém valioso espólio das inúmeras fábricas de chapéus instaladas em São João da Madeira nos inícios/meados do século XX, e que contribuíram para a história da cidade. Contém também uma zona de exposições temporárias, recebendo ocasionalmente material de outros museus de chapéus. Foi inaugurado em 2005 pelo Presidente da República Jorge Sampaio.

Casa das Artes do Espectáculo e da Criatividade é um moderno teatro multifuncional da autoria do arquitecto Filipe Oliveira Dias, único no país, pelo facto de apresentar uma sala modificável consoante o tipo de espectáculo pretendido, através do movimento, totalmente motorizado, de estrados elevatórios com cadeiras pré-instaladas. Terá a capacidade máxima de 900 lugares sentados, com conclusão prevista para final de 2010.

Oliva Creative Factory. A Câmara Municipal adquiriu parte das instalações da antiga metalúrgica Oliva, pretendendo reabilitar o espólio, instalando no espaço um centro de arte contemporâneo, com vertente de incubadora de empresas criativas; espaço para residência, formação e exposição de artistas; e uma galeria de arte para uma colecção privada recentemente doada ao município de cerca de 1000 obras, incluindo de autores reconhecidos como Júlio Pomar, Paula Rego, Maria Helena Vieira da Silva e Árpád Szenes.

 

Paços da Cultura e Capela de Santo António

 

A cidade tem protocolo com a Fundação Serralves, com estatuto de membro fundador da instituição portuense, resultando num intercâmbio cultural a vários níveis. Outros equipamentos que podemos encontrar em São João da Madeira:

 

Academia de Música

Biblioteca Municipal

Canil Municipal

Casa das Associações

Cemitérios

Centro de Arte

Centro Empresarial e Tecnológico

Centro Nacional de Treino Paulo Pinto

ENEFIT

Espaço Internet

Espaços Desportivos

Espaços Verdes

Instituto de Línguas

Mercado Municipal

Rede de Parques Infantis

   

1.3.5 - Lazer, Desporto e Eventos

 

O Pavilhão das Travessas é um moderno pavilhão inaugurado em 1995, e é um dos maiores recintos desportivos cobertos do país, com 4000 metros quadrados. Tem recebido importantes provas nacionais e internacionais, como o Campeonato do Mundo de Andebol de 2003.

O Complexo Desportivo Paulo Pinto conta com três piscinas (incluindo uma de saltos e uma olímpica), quatro courts de ténis, dois campos de futebol e voleibol de praia e um pavilhão. Recentemente, a Câmara Municipal de São João da Madeira estabeleceu protocolo com a Federação Portuguesa de Basquetebol criando o Centro Nacional de Treino Paulo Pinto, proporcionando formação desportiva a jovens basquetebolistas de todo o País que revelem especiais aptidões para a prática da modalidade. Os jovens jogadores residem em casas cedidas pela Câmara Municipal, estudam nas escolas secundárias da cidade e desenvolvem toda a sua actividade desportiva no Complexo Desportivo Paulo Pinto.

O Centro de Formação Desportiva é um moderno espaço, inaugurado em 2007, conta com três campos de futebol de relva sintética e edifício de apoio, dotado de equipamento ao nível do que foi instalado em estádios construídos para o Euro 2004, proporcionando excelentes condições para a prática desportiva de centenas de jovens jogadores.

A médio prazo, irá ser instalado em São João da Madeira um Centro de Alto Rendimento Desportivo, o primeiro do género na Grande Área Metropolitana do Porto. Trata-se de um projecto de 17 milhões de euros e é uma das várias apostas ambiciosas da cidade para os próximos anos.

Nos últimos anos o centro de São João da Madeira tem acolhido vários finais de etapa da Volta a Portugal em Bicicleta, caracterizados pela concentração de bastante público.

Todos os anos, decorre em S. João da Madeira o evento "Poesia à Mesa" que, durante uma semana, leva a poesia às ruas da cidade, escolas, bares, restaurantes, biblioteca e outros espaços públicos. O evento é dedicado a um conjunto de poetas, e são convidadas à cidade personalidades públicas para declamar poesia.

A cidade organiza dois prémios literários, o "Grande Prémio Sophia de Mello Breyner Andresen", em colaboração com a Associação Portuguesa de Escritores, de periodicidade bienal e com o objectivo de galardoar uma obra que reúna a totalidade dos livros de poesia de autor português; e o "Prémio João da Silva Correia", divido em "poesia" e "prosa", atribuído a escritores com ligação à cidade.

Desde 2008, a cidade acolhe também o festival anual "Curta", uma Mostra Nacional de Curtas-metragens.

 

 

1.3.6 - Actividades Económicas

 

Hoje em dia São João da Madeira juntamente com Oliveira de Azeméis e Santa Maria da Feira constituem o "Eixo Urbano do Entre Douro e Vouga", que corresponde à zona mais urbana e dinâmica do NUT III - Entre Douro e Vouga, o qual configura um contínuo demográfico em que as diferentes localidades se complementam ao nível dos serviços e equipamentos. São João da Madeira, para além de ocupar posição central no referido eixo urbano, é a maior cidade da região Entre Douro e Vouga.

A sua economia baseia-se grandemente nos sectores dos serviços e da indústria. Em termos de emprego, 62% dos trabalhadores da cidade trabalham no sector secundário e 38% no sector terciário. Em 2007 São João da Madeira tinha 3660 empresas. As micro e pequenas e médias empresas dominam o panorama do emprego em S. João da Madeira, com quase 74% dos trabalhadores. A cidade tem forte tradição na área industrial, designadamente na área do calçado. É detentora da marca "Capital do Calçado" (designação registada no Instituto Nacional do Registo de Marcas), contendo inúmeras fábricas de calçado e de componentes para calçado, bem como o Centro Tecnológico do Calçado e o Centro de Formação Profissional da Indústria do Calçado (CFPIC). A cidade é ainda a maior produtora nacional de chapéus e uma das maiores a nível mundial. Dos cerca de 2 milhões de feltros produzidos anualmente em todo o mundo, 400 mil são feitos em São João da Madeira, todos de uma única fábrica, a Fepsa. A qualidade dos feltros produzidos em São João da Madeira é reconhecida mundialmente, abastecendo marcas de alta-costura como a Hermès, produzindo para personalidades públicas internacionais e para o cinema americano. Em São João da Madeira, encontra-se também a única fábrica de lápis da Península Ibérica, a Viarco. Outras actividades do sector secundário da cidade incluem indústrias de componentes para automóveis, indústrias têxtil, colchões, colas, fundição e tubos. O sector secundário está organizado, segundo o PDM da cidade, em quatro zonas industriais: Travessas, Orreiro, Devesa-Velha e Oliva. Em 2008 foi inaugurado pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, o Centro Empresarial e Tecnológico, um moderno edifício projectado pelo arquitecto Filipe Oliveira Dias, funcionando como incubadora de empresas ligadas à alta tecnologia, pretendendo dinamizar e diversificar o tecido empresarial e industrial da cidade e região. Trata-se do primeiro de dez edifícios a edificar na zona, num futuro parque tecnológico de 80 mil metros quadrados.

 

Empresa Industrial de Chapelaria Lda.

 

Dentro da região Entre Douro e Vouga, São João da Madeira destaca-se pela sua estrutura comercial e oferta de serviços qualificados em matéria de comércio, de serviços às empresas e de formação. Estes factores, associados à centralidade da cidade no eixo urbano da região, consolidam-na como o centro de serviços da região Entre Douro e Vouga. Juntamente com Santa Maria da Feira, São João da Madeira contribui para o policentrismo da Grande Área Metropolitana do Porto a sul. São João da Madeira é também um importante centro bancário e financeiro. Existem 1288 trabalhadores bancários sindicalizados em S. João da Madeira no Sindicato dos Bancários do Norte (SBN), quase tantos como os existentes na capital de distrito, Aveiro (1391 registados).

 

Oitava Avenida

  

A Oitava Avenida é o maior centro comercial da região Entre Douro e Vouga, com 30.000 m2, 133 lojas, 21 restaurantes e 5 salas de cinema. O traçado do edifício é moderno e arrojado, tendo sido distinguido em vários prémios nacionais e internacionais: galardoado nos prémios do ICSC (International Council of Shopping Centers) de 2009 com o prémio de mérito na categoria de "Centros de Média Dimensão", e nos prémios "Óscares do Imobiliário" de 2008 na categoria "Eurohypo".

 

 

1.4 - Equipamentos do Concelho

 

 

1.4.1 - Equipamentos Sociais

  

 Câmara e Jardim Municipal

Câmara Municipal e vista parcial do Jardim Municipal

 

Escola Nacional de Estudos e Formação de Inspecção do Trabalho, em actividade desde 2005, forma todos os novos inspectores a exercer actividade em Portugal e proporciona formação contínua aos profissionais já em actividade.

Escola Nacional de Bombeiros de São João da Madeira, em funcionamento desde 2005, com uma área de 7000 metros quadrados foi o primeiro centro de formação de bombeiros construído de raiz em Portugal, actualmente existem mais três, e o de São João da Madeira está vocacionado sobretudo para incêndios de origem industrial.

Centro Tecnológico do Calçado, fundado em 1986, apoia as empresas do sector ao nível da formação técnica de recursos humanos, desenvolvimento do produto e investigação de materiais e equipamentos.

Gabinete de Apoio Técnico do Entre Douro e Vouga (GAT)

 

Parque Urbano do Rio UI

Parque Urbano do Rio Ul - Vista Parcial

  

Parque Urbano do Rio Ul, do arquitecto Sidónio Pardal, que também concebeu o Parque da Cidade do Porto, é um moderno espaço que se projecta ao longo do rio Ul, com dimensão actual de cerca de 300 mil metros quadrados (cerca de 30 campos de futebol), que o torna um dos maiores parques urbanos do país. Conta com uma praia fluvial e edifício de apoio, a "Casa da Natureza" (actualmente em construção), com balneários, bar de apoio e um centro de interpretação ambiental. Está prevista expansão do parque para a sul, até à fronteira com o concelho de Oliveira de Azeméis.

O Parque Nossa Senhora dos Milagres é o parque mais antigo da cidade, inaugurado em 1936. Desenvolve-se numa colina da cidade, em volta da capela de Nossa Senhora dos Milagres e possui café de apoio, parque infantil, circuito de manutenção e ciclovia.

 

Biblioteca

Biblioteca Dr. Renato Araújo

  

Outros locais de domínio público ligados à educação incluem a Biblioteca Municipal Dr. Renato Araújo, uma Academia de Música, um Instituto de Línguas e um Centro de Arte.

Entre outros equipamentos sociais contam-se também:

Labor (www.labor.pt)

Parque Ferreira de Castro

Casa da Quinta do Morgado

Palacete do Rei da Farinha

Palácio Conde Dias Garcia

OLIVA - Património Industrial

Museu da Chapelaria - Património Industrial

Cinema Imperador (futura Casa das Artes do Espectáculo)

Capela de Nossa Senhora dos Milagres

Capela de Santo António

Capela de Casaldelo

 

 

1.4.2 - Equipamentos Escolares

 

Nos 8 quilómetros quadrados do seu território, São João da Madeira conta com 9 escolas do primeiro ciclo com jardins de infância, uma escola EB2/3, três escolas secundárias e oferta privada desde o período pré-escolar ao secundário, incluindo cursos profissionais com equivalência ao ensino superior. Uma considerável percentagem dos alunos das escolas de São João da Madeira é dos concelhos vizinhos. A quase globalidade do parque escolar da cidade recebeu recentemente intervenções de modernização.

 

Como estabelecimentos de ensino particular contam-se:

 

Centro Infantil Stª Cª Misericórdia de S.J. Madeira

Externato "D. Dinis"

Externato Pré-Primário e Primário Estrela Guia  

Jardim Infantil Albino Dias Fontes Garcia - Colégio Stª Filomena

Jardim Infantil da Stª Casa da Misericórdia

 

Entre as escolas públicas encontramos:

 

Jardim-de-Infância de Devesa Velha

Jardim-de-Infância de Travessas

Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim-de-Infância Conde Dias Garcia

Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim-de-Infância das Fontainhas

Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim-de-Infância de Carqueijido

Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim-de-Infância de Casaldelo

Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim-de-Infância de Fundo de Vila

Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim-de-Infância de Parrinho

Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim-de-Infância do Parque

Escola Básica do 1.º Ciclo de Espadanal

Escola Básica do 1.º Ciclo de Ribeiros

Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos com Ensino Secundário Oliveira Júnior

Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos de São João da Madeira

Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico Dr. Serafim Leite

Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico João da Silva Correia

 

O executivo camarário de S. João da Madeira aprovou na sua última reunião a adesão do Município à Associação Internacional das Cidades Educadoras. A Associação Internacional das Cidades Educadoras tem sede em Barcelona e congrega três centenas de cidades de todo o mundo. A rede portuguesa é actualmente constituída por 23 municípios de Norte a Sul do país, concretamente Almada, Amadora, Barreiro, Braga, Cascais, Chaves, Évora, Grândola, Leiria, Lisboa, Loures, Odivelas, Oliveira de Azeméis, Palmela, Portimão, Porto, Santa Maria da Feira, Santarém, Sever do Vouga, Sintra, Torres Novas, Vila Nova de Gaia e Vila Real.

Todos os municípios assinaram e subscreveram os Princípios da Carta das Cidades Educadoras - Declaração de Génova de 2004, tendo contribuído recentemente para a sua actualização.

 

A adesão de S. João da Madeira está fundamentada pelo facto do Município promover diversos projectos culturais e sócio-educativos e do próprio concelho ser sede de um vasto número de Instituições que, de uma forma ou de outra, vêem a Educação como um elemento fundamental para a sua actividade e desenvolvimento.

Como objectivos da adesão contam-se a possibilidade de efectuar intercâmbios e troca de experiências educadoras com outros concelhos portugueses e estrangeiros, a possibilidade de participar em congressos nacionais e internacionais, a realização de projectos educativos transnacionais, bem como a promoção do concelho em boletins informativos e em sites internacionais.

  

 

1.5 - Caracterização do Espaço Creche e Jardim-de-Infância MorangosÒ S. João da Madeira

  

 

1.5.1 - História

  

O conceito MorangosÒ teve a sua origem no ano de 1997 em Matosinhos. As responsáveis Alexandrina Augusto e Susana Nobre, ambas com formação na área da educação, lideraram o desenvolvimento do projecto, numa fase inicial na vertente de Academias (6 aos 12 anos) e posteriormente alargado a Creches (0-3 anos) e Jardim de Infância  (3-6 anos). Após o desenvolvimento da Casa Mãe - que incluiu estudos de mercado, de viabilidade e o desenvolvimento do conceito, know-how necessário e metodologias - iniciou-se em 2002 a expansão das academias em Portugal através do franchising, contando actualmente com a presença em 35 localidades portuguesas, de norte a sul do país. Em meados de 2005 o conceito MorangosÒ foi alargado de maneira a suprir as necessidades das famílias já clientes do Grupo, ou seja, o atendimento às crianças dos 0 aos 3 anos e dos 3 aos 6 anos de idade nas valências de Creche e Jardim-de-infância respectivamente.

 

No espaço MorangosÒ S. João da Madeira a gestão do estabelecimento será exercida pelos sócios-gerentes Sandra Lourenço e Joaquim Pereira, a componente lectiva terá a duração de 25 horas e a Direcção Pedagógica será assumida por uma Educadora de Infância, simultaneamente educadora da sala de 1-2 anos e coordenadora pedagógica na Unidade Morangos S. João da Madeira, 3 educadoras de infância, 4 técnicas de acção educativa e 1 auxiliar de serviços gerais neste primeiro ano lectivo de actividade 2010/2011.

 

 

1.5.2 - Caracterização física da instituição

 

  

1.5.2.1 - Localização

 

As instalações onde serão exercidas as actividades da Unidade Morangos® S. João da Madeira localizam-se na Rua António José Pinto Oliveira, no lugar de Travessas, na freguesia de São João da Madeira, concelho de São João da Madeira.

S. João da Madeira possui estruturas que permitiram a fixação de mais famílias, criando-se também infra-estruturas que abriram oportunidades para que muitas delas fossem empregadas em serviços em que os horários de algumas das actividades laborais das famílias são mais alargados, pois o emprego no sector secundário é mais alto, existindo a necessidade de assegurar o bem-estar e segurança dos seus filhos durante o período laboral. Faz-se adivinhar também a necessidade de implementação de serviços especializados, qualificados e com horários alargados no atendimento à Infância. Por todas estas razões a localização do espaço Creche e Jardim-de-Infância MorangosÒ S. João da Madeira reveste-se de grande pertinência e importância.

 

 

1.5.2.2 - Instalações

 

O conceito para a criação deste projecto surge com a intenção de criar um espaço educativo estimulante, mas também divertido para as crianças. As salas de actividade dividem-se em espaços diferenciados, protegidos e com autonomia garantida, com um espaço exterior próprio e zonas de apoio associadas. O espaço do jardim-de-infância situa-se no piso térreo em sala individualizada, com ligação directa ao espaço exterior principal. A flexibilidade apontada no espaço central também caracteriza as salas de actividades podendo estas ser articuladas entre si conforme as necessidades. A proximidade física da valência de Creche e Jardim de Infância com a Academia MorangosÒ São João da Madeira, assim como com o Parque Temático MorangosÒ, no terreno há mais de dois anos, asseguram aos encarregados de educação a continuidade na prestação de serviços de qualidade, à medida das necessidades de cada criança, ou de cada agregado familiar.

 Materiais duráveis, confortáveis e coloridos asseguram um ambiente duradouro, estimulante e diferenciado que potenciará o desenvolvimento das capacidades dos utentes que usufruirão de 5 salas, num total de 58 crianças.

 

O espaço contempla as seguintes áreas funcionais:

 

- espaço de recepção de pais e alunos e balcão de acolhimento;

 

- um gabinete do director técnico para a direcção, administração e gestão do estabelecimento, que inclui uma área de isolamento;

 

- uma sala de reuniões da equipe educativa;

 

- uma secretaria, onde funcionarão os serviços administrativos (atendimento, inscrições, facturação, apoio logístico, mas também apoio médico);

 

- um compartimento de arrumos;

 

- uma instalação sanitária para pessoas com mobilidade condicionada, equipada com um lavatório, uma bacia sanitária e uma base de duche;

 

- duas salas de actividades da Creche com capacidade para 15 crianças e outra destinada a 10 crianças, perfazendo 25 crianças;

 

- uma sala parque e uma sala de berços com capacidade para 8 bebés (dos 3 meses até à aquisição da marcha), apoiadas por uma copa de leites;

 

- uma instalação sanitária das crianças da Creche, equipada com 4 lavatórios, 5 bacias sanitárias, um duche e uma bancada para a muda de fraldas;

 

- uma sala polivalente com funções associadas de refeitório, ginásio, zona de descanso, zona de recreio interior;

 

- uma instalação sanitária do pessoal equipada com um lavatório, cacifos, e dois compartimentos, um com sanita e outro com base de duche;

 

- uma sala de actividade de Jardim de Infância com capacidade para 25 crianças cada de idades dos 3 aos 5 anos;

 

- um vestiário para o Jardim de Infância;

 

- uma instalação sanitária do Jardim de Infância equipada com 5 lavatórios, 5 sanitas e uma base de duche;

 

- uma cozinha para preparação de lanches da Creche e refeições do Jardim de Infância (as refeições serão servidas por uma empresa de catering), a qual tem anexa uma despensa para armazenamento de bens alimentares;

 

-   No exterior serão inseridos ambientes diversificados, com um pátio interior para os utentes dos 0 aos 2 anos e um parque infantil para o Jardim-de-Infância, com escorregas, baloiços, equipamentos diversos, terraço "open space", mais espaço verde (horta pedagógica, relvado, jogos de areia e água, etc.).

 

O espaço interior e exterior MorangosÒ, conta com espaços e recursos altamente qualificados e funcionais, fáceis de manter e esteticamente atraentes. São espaços de elevada qualidade, segurança e conforto e onde os detalhes são pensados ao pormenor, desde a imagem, decoração, equipamentos e materiais pedagógicos utilizados. São marca distintiva de um ambiente que se pretende alegre, estético, descontraído, mas sobretudo funcional e adaptado às necessidades das crianças nas diferentes faixas etárias.

 

 

1.5.2.3 - Mapa da sala e Mapa do exterior

 

Remete-se o leitor para observação dos mapas em anexo I

 

 

1.5.2.4 - Memória descritiva

 

Remete-se o leitor para observação do documento em anexo II

 

 

1. 5.3 - Plano de segurança

 

Remete-se o leitor para observação do documento em anexo III

 

 

1.6 - Recursos Materiais

 

 

1.6.1 - De utilização

  

. Material diverso de mobiliário e equipamento administrativo; Manuais técnicos e didácticos;

. Audiovisuais (televisão, vídeo, leitor de CD, câmara de filmar, máquina fotográfica, projector de slides, retroprojector);

. Suportes didácticos produzidos pelo Grupo Morangos:

. Compact Disc: Morangui I "A Família" e Morangui II "A Amizade" - inclui conteúdos áudio com 5 músicas originais e conteúdos multimédia com jogos, karaoke, biblioteca e actividades de expressão plástica;

. Livro I "Sonho na Terra dos Morangos" de (A. Honrado e A. Albuquerque, 2006) - inclui uma ficha com sugestões de actividades para os educadores, complementada com as canções do CD Morangui I e com as actividades propostas pela Revista Morangui, de tiragem trimestral

. Livro II "À Pesca de Histórias na Terra dos Morangos" (A. Honrado e A. Albuquerque, 2006) - inclui uma ficha com sugestões de actividades para os educadores, complementada com as canções do CD Morangui II e com as actividades propostas pela Revista Morangui, de tiragem trimestral;

. Vestuário de adultos e de crianças e diverso material indispensável ao cuidado, higiene e sono das crianças, exclusivos da marca Morangosâ.

 

 

1.6.2 - De desgaste

 

Material diverso de expressão plástica (papéis variados na qualidade, textura, forma e cor; leque de materiais de pintura como tintas adequadas, lápis de cor, marcadores de água, etc; materiais de modelagem como plasticina, barro, gesso, etc.)

Diverso material de desperdício para reutilização (caixas, cartões latas, etc.).

 

 

1.7 - Recursos Humanos

 

 

1.7.1 - Organigrama da Instituição 

  

Organigrama

 

   

1.8 - Apoios Externos/parcerias

 

A ligação com a Casa Mãe Morangosâ Matosinhos será fundamental na estruturação e organização que implica a criação das valências de Creche e Jardim-de-Infância da Unidade MorangosÒ S. João da Madeira.

Existem protocolos nacionais e parcerias a ser implementados brevemente, para as quais se prevê a redução da mensalidade, facilidades nos transportes e também condições especiais para os filhos dos funcionários de algumas instituições próximas ou regionais, quer de serviços quer de comércio em geral.

A solicitação de parcerias será também feita aos equipamentos sociais desportivos e culturais mais próximos, com os quais já foram estabelecidos os primeiros contactos.

 

 

1.9 - Organização do Tempo

  

 

1.9.1 - Horário da Creche

 

.  Abertura: 7:30h

.  Encerramento: 20:00h

.  Período de Almoço e Descanso: 11:00h - 15:00h

.  Actividades Pedagógicas: 9:30h - 11:00h e 15:00h - 17:30h

.  Prolongamento de Horário: 18:00h - 20:00h

 

  

1.9.2 - Horário Jardim-de-Infância

 

.  Abertura: 7:30h

.  Encerramento: 20:00h

.  Período de Almoço e Descanso: 12:00h - 15:00h

.  Actividades Pedagógicas: 9:30h - 11:30h e 15:00h - 17:30h

.  Prolongamento de Horário: 18:00h - 20:00h

 

 

O horário com os momentos para as diversas actividades de cada grupo de crianças será afixado à entrada de cada uma das salas.

 

 

1.9.3 - Reuniões/Atendimento

 

.  Reuniões mensais da equipa técnica

.  Reuniões bianuais com encarregados de educação

 

A Unidade MorangosÒ S. João da Madeira que integra a valência de Creche e Jardim-de-Infância estará aberta todos os dias úteis e encerrará apenas nos feriados nacionais e municipais.

 

Para a valência de Creche e Jardim-de-Infância prevê-se ainda o encerramento por um período de 15 dias para desinfecção e esterilização de todo o material e mobiliário.

 

O atendimento aos encarregados de educação e/ou familiares das crianças far-se-á sempre que antecipada e justificadamente solicitado à Coordenadora Pedagógica ou Direcção da Unidade MorangosÒ.

 

 

  

II PARTE

 

 

2.1 - Objectivos Fundamentais da Creche

 

A Unidade MorangosÒ S. João da Madeira é uma resposta social desenvolvida em equipamento, que pretende suprir as necessidades de acolhimento, apoio e acompanhamento de crianças durante o período de trabalho dos pais e na impossibilidade daquelas permanecerem com as suas famílias. Este serviço efectiva-se no acolhimento diário das crianças, no apoio à satisfação das suas necessidades de higiene alimentação e descanso, na promoção de actividades para o desenvolvimento integral da criança, assim como na prevenção, encaminhamento e/ou reparação de situações de carência, disfunção ou marginalização social.

A creche, organizada educativamente e em espaços próprios de forma a motivar o desenvolvimento da criança e não ser um mero "depósito" de crianças, tem como principais objectivos:

 

a) - Proporcionar o bem-estar e desenvolvimento integral das crianças num clima de segurança afectiva e física, durante o afastamento parcial do seu meio familiar, através de um atendimento individualizado

b) - Colaborar estreitamente com as famílias numa partilha de cuidados e responsabilidades em todo o processo evolutivo das crianças

c) - Colaborar de forma eficaz no despiste precoce de qualquer inadaptação ou deficiência, assegurando o seu encaminhamento adequado

A estimulação do desenvolvimento físico, da coordenação motora e do desenvolvimento sensorial e cognitivo, assim como a função simbólica e a linguagem, são princípios mapeadores da acção dos adultos intervenientes no processo educativo.

Para além de fornecer oportunidades de exercício de hábitos de higiene e de relacionamento com os outros, esse contacto é estabelecido em ambiente próprio que permite o desenvolvimento harmonioso das personalidades. As trocas entre as crianças de diferentes faixas etárias vão permitir que o horizonte psico-social se alargue.

O ambiente da Creche é a primeira preparação social para a escola elementar, tendo em atenção o respeito pelos ritmos de cada criança. Assim, promover o desenvolvimento integral e harmonioso de cada criança tendo em conta, como parte integrante desse processo, a colaboração e o contacto com a família poderá resumir a finalidade deste contexto educativo.

A organização das actividades integra componentes diferenciadoras. O grande objectivo do trabalho é desenvolver na criança a confiança básica, confiança em si própria e nos adultos que a rodeiam. As rotinas são flexíveis e individualizadas. Os tempos de cuidados envolvem alimentação, higiene e sono e emergem como momentos privilegiados de relação e afecto, momentos de troca de atenção e aprendizagem em que a independência e autonomia se exercitam. Os bebés necessitam de tempo para explorar livremente, tempo suficiente, sem horários rígidos que permitam um investimento prolongado. O dia a dia da creche não se caracteriza como tendo horários rígidos, com a intenção de combater o stress e promover experiências de aprendizagem que se inserem nos acontecimentos espontâneos do quotidiano feliz e sem pressas. O contexto creche pretende-se agradável e estimulante e é estruturado de acordo com três níveis:

 

Segurança e saúde - onde se pretende satisfazer as necessidades físicas, prevenindo e/ou diagnosticando doenças;

Funcionalidade - onde o espaço é adequado a diferentes objectivos funcionais;

Conforto - psicológico e satisfação estética, em que o ambiente faz face às necessidades de privacidade, estimulação sensorial, sentido de pertença, envolvimento e apelos estéticos.

 

Tendo em conta a importância de um clima relacional rico afectivamente onde tudo é organizado de forma a partilhar, para que cada criança e família se sintam bem desde o primeiro encontro. É necessário que a criança aprenda a utilizar os meios de comunicação de que dispõe, não só para receber informação, como também para se exprimir. Assim, os jogos são o veículo para melhorar as capacidades de recepção de informação da criança e uma das melhores formas de comunicar.

Os educadores têm consciência do papel essencial da sociabilidade no evoluir do indivíduo e sabem também que é no pré-escolar que este deve ser desenvolvido. Deverão assegurar, através da participação e empenho de todo o pessoal em exercício, um bom crescimento físico, psicológico, afectivo e social nas diferentes fases do desenvolvimento da criança, proporcionando-lhe a calma, segurança e alegria necessárias ao seu bem-estar na ausência da família.

É necessário obter a cooperação da criança na sua própria educação, mesmo ao nível espontâneo, através da expressão e da criação - uso do seu próprio corpo. Pela expressão corporal, a criança descobre a actividade gráfica, ou seja, a possibilidade de deixar "rastos" da sua acção. A expressão sonora é, também, importante para o desenvolvimento da criança. É necessário para o seu enriquecimento entrar no mundo dos sons e consequentemente da linguagem.

 

  

2.1.1 - Metodologias e Estratégias

 

 

Preparar o espaço, criar um ambiente de aprendizagem para cada criança e, portanto, para todas as crianças, constitui uma das bases educativas mais importantes, pois consideramos que o espaço é também Educador.

A preocupação com o espaço e com os materiais está interligada com a criação de um ambiente de aprendizagem que garanta a igualdade de oportunidades para todas as crianças, no respeito pelos interesses de cada criança, necessidades de cada faixa etária e características individuais do grupo e do meio em que se insere.

O bebé, desde muito pequeno é estimulado com pequenas e simples brincadeiras e expressa através do seu corpo momentos de prazer, de intimidade, de interactividade com o adulto que lhos proporciona. O sentido mais profundo dos jogos infantis é o empenho de todo o seu ser, dos seus instintos, actos, sentimentos e pensamentos. O jogo é uma função essencial da vida da criança e do seu desenvolvimento motor, físico, emocional, afectivo e psíquico que encontram pela via do jogo o seu principal suporte. O bebé é essencialmente sensível a um contacto alegre, descontraído e calmo. Os brinquedos para esta etapa não necessitam de ser complicados ou caros, visto que o seu valor lhe é conferido pela imaginação da criança, devendo sim requerer determinadas qualidades, de acordo com a idade da criança a que se destina.

O material e equipamento devem harmonizar-se de tal forma que proporcionem um ambiente aconchegante e familiar. Tanto os materiais como os equipamentos devem ser escolhidos em função do desenvolvimento do grupo de bebés, sendo concebidos de modo a que possam cobrir convenientemente as necessidades de desenvolvimento motor e fomentem a criatividade, autonomia e imaginação.

A criança também deve alargar os seus horizontes, para isso é importante o contacto com outros espaços, como a rua ou o jardim. A passear e observar descobre um mundo novo, diferente do da sua casa ou creche, que lhe estimulam a curiosidade e a ânsia de experimentar e aprender.

 

 

2.1.2 - Desenvolvimento de actividades

 

 

1) A programação das actividades será adaptada à realidade sociocultural do meio, proporcionando às crianças um largo leque de experiências estimulantes bem como a continuidade e a intencionalidade educativas.

 

2) As actividades prosseguidas diariamente no estabelecimento têm em conta as idades, interesses e necessidades das crianças acolhidas

 

3) As actividades propostas devem assentar no desejo de explorar, transformar e criar, bem como na relação da criança consigo própria, com os outros e com os objectos, o que significa aprender activamente a fazer, aprender activamente a pensar e compreender com a sua acção directa.

 

4) O planeamento e desenvolvimento das actividades baseia-se:

a) - nas idades, interesses, necessidades e capacidades dos grupos de crianças acolhidos

b) - nas características da comunidade envolvente

c) - nos interesses dos Encarregados de Educação, em ordem a assegurar uma complementaridade dos serviços prestados à criança, conhecidos através de:

    . Contactos individuais diários

    . Reuniões periódicas frequentes

    . Incentivos à participação activa

    . Interacção: família/ estabelecimento/ técnico especializado, no acompanhamento de crianças com Necessidades Educativas Especiais

 

d) - na promoção do desenvolvimento pessoal e social da criança, facilitadora da sua futura inserção no meio educativo pré-escolar

                

 

2.2 - Objectivos Fundamentais do Jardim-de-Infância

 

 

A Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar estabelece como principio geral que "A Educação Pré-Escolar é a primeira etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida, sendo complementar da acção educativa da família, com a qual deve estabelecer estreita relação, favorecendo a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário."

Este princípio fundamenta todo o articulado da lei e dele decorrem os objectivos gerais pedagógicos definidos para a educação pré-escolar (Ministério da Educação, 1997):

 

 a) - Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em experiências de vida democrática numa perspectiva de educação para a cidadania

 

b) - Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade das culturas, favorecendo uma progressiva consciência como membro da sociedade

 

c) - Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso da aprendizagem

 

d) - Estimular o desenvolvimento global da criança no respeito pelas suas características individuais, incutindo comportamentos que favoreçam aprendizagens significativas e diferenciadas

 

e) - Desenvolver a expressão e comunicação através de linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo.

 

f) - Despertar a curiosidade e o pensamento crítico.

 

g) - Proporcionar à criança ocasiões de bem-estar e de segurança, nomeadamente no âmbito da saúde individual e colectiva

 

h) - Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências ou precocidades e promover a melhor orientação e encaminhamento da criança

 

i) - Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de efectiva colaboração com a comunidade.

 

 

 

2.2.1 - Conteúdos Programáticos

 

 

As "Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar" (Ministério da Educação, 1997) portuguesa definem a orientação da intervenção educativa do educador de infância com o suporte e colaboração de todos os adultos intervenientes no atendimento à criança com idade pré-escolar. Aquele documento permite o suporte do desenvolvimento curricular nos contextos de educação pré-escolar, onde são definidos os objectivos gerais, já atrás enunciados, a organização do ambiente educativo (grupos, espaços e tempos), as Áreas de Conteúdo e a importância da continuidade e intencionalidade educativa.

As Áreas de Conteúdo constituem a referência geral a considerar no planeamento e avaliação de situações e oportunidades de aprendizagem das crianças de 3 anos até à sua entrada na escola obrigatória.

 Distinguem-se três grandes áreas e três domínios de orientação da acção que se pretendem inter-comunicantes e contextualizadas num processo educativo e organizativo:

 

1 - Área de Formação Pessoal e Social

2 - Área de Expressão e Comunicação

    Domínio das Expressões nas diferentes vertentes:

              Plástica

              Musical

              Dramática

              Motora

Domínio da Linguagem oral e abordagem à escrita

    Domínio da Matemática

3 - Área de Conhecimento do Mundo

 

 

2.2.2 - Actividades Curriculares

 

As actividades curriculares incluem:

  • - expressão musical;
  • - expressão motora;
  • - expressão plástica;
  • - culinária;
  • - dança educativa;
  • - iniciação à informática (4 e 5 anos);
  • - iniciação ao inglês (4 e 5 anos).

 

Destacamos alguns exemplos de actividades Lúdicas:

Canções - memorização, linguagem, disciplina, gosto pela música, sentido rítmico;

Lengalengas - exploração de sons ritmos, expressão da linguagem oral, gestual e corporal;

Pintura com dedos, mãos e pés - exploração dos materiais, cores, formas e texturas, controlo da motricidade, estética;

Jogos - socialização, memorização, compreensão das regras;

Modelagem - controlo da motricidade e capacidade de exploração;

Rasgagem e Colagem - motricidade, autonomia, iniciativa;

Histórias - descoberta de si e do outro, linguagem verbal e não verbal, imaginação;

Fantoches - concentração, visualização;

Brincadeira livre e orientada - socialização, autonomia, imaginação, capacidade de fantasiar, liberdade de escolha.

 

No calendário escolar anual da Unidade Morangosâ constam também os "Programas de Férias" com actividades temáticas que procuram estimular a criatividade e saciar a curiosidade das crianças das diferentes faixas etárias. Nestas actividades as crianças ficam a conhecer desde o significado, o historial e a importância do contexto social do tema escolhido, assim como são desenvolvidas actividades lúdicas relacionadas: artes plásticas, jogos, contos, teatro, culinária e também visitas de estudo.

 

 

2.2.3 - Actividades Extracurriculares

  

Reconhecendo que a estimulação continuada e incisiva de certas aprendizagens são determinantes para o crescimento global e percepção do mundo do bebé e da criança, serão estabelecidos protocolos com diversas entidades especialistas para o fornecimento de actividades extracurriculares de qualidade (natação, música, inglês, ioga, etc.), de acordo com a oferta da comunidade envolvente e as orientações recebidas pelo Master Franchising MorangosÒ.

 

  

2.3 - Metodologia e Estratégias

 

 

A metodologia a utilizar será a Abordagem de Projecto. Esta metodologia permite um estudo pormenorizado sobre determinada temática, centrado nos interesses das crianças, pois a acção da criança é elemento central e mais importante. Será esta acção que contribuirá para facilitar e construir e cimentar o seu conhecimento em relação ao mundo.

O uso desta metodologia dá oportunidade à criança para questionar, investigar, solucionar e aumentar o seu conhecimento, em relação a fenómenos ou acontecimentos que para si são relevantes e significativos.

A metodologia de abordagem de projecto permite também uma interdisciplinaridade entre todas as áreas de conhecimento. O trabalho com o grupo de crianças é estruturado em diferentes fases:

1 - Definição ou abordagem da temática com o grupo de crianças

2 - Planificação das actividades a implementar com o grupo de crianças

3 - Execução das actividades com o grupo de crianças

4 - Avaliação - é realizada no final do projecto e as próprias crianças avaliarão todo o processo na conclusão do mesmo.

5 - Divulgação do projecto é feita durante o seu desenvolvimento, mas deve ser planificada uma apresentação de divulgação para os pais, comunidade envolvente e escolas das crianças.

Os adultos responsáveis pelo grupo deverão ficar atentos às crianças observando-as e escutando-as para identificar a situação problema, ou o assunto que despertou interesse ou que merece ser aprofundado. Será muito útil o registo das falas e expressões das crianças na forma de "tempestade de ideias", não fechando a rede para propiciar as articulações necessárias com outros factos. O papel dos adultos é fulcral no acompanhamento que faz dos acontecimentos, seleccionando os factos, ampliando-os, associando-os a outros e comunicando com o grupo de crianças.

O processo de planeamento é fundamental para que as crianças realizem a plena vivência de cada momento do projecto. Devem ser porém considerados alguns critérios para o planeamento de projectos, como:

 

. as actividades que as crianças podem realizar;

. a aplicação das suas capacidades;

. a disponibilidade de recursos;

. o interesse do adulto;

. o momento em que o projecto surge.

 

Durante o desenvolvimento do projecto ou projectos, as novas tecnologias e os meios audiovisuais são utilizados como instrumentos de ensino e aprendizagem de excelência nas Unidades Morangos, assim como o software didáctico produzido pelo Grupo Morangosâ, com os quais as crianças aprendem fazendo e brincando.

De forma permanente é também disponibilizado um acompanhamento técnico do percurso e desenvolvimento da criança, tendo em conta os seus resultados escolares e bem-estar psicológico, criando assim um espaço de articulação e comunicação contínua com os pais.

A Unidade MorangosÒ S. João da Madeira oferecerá às crianças actividades extra-curriculares que poderão ver-se implicadas no desenvolvimento do trabalho de projecto, como ateliers de artes plásticas, informática, música, dança, artes marciais, natação, futebol, inglês, francês, etc.

 

 

 

2.4 - Plano Anual de Actividades

    

 

Mês

 

Actividades

 

Conteúdos

 

Observações

 

 

Setembro

Organização das salas e materiais

Adaptação das crianças aos educadores, espaço e tempo da instituição

Reunião de pais

Áreas, regras gerais e específicas, material e denominação.

Execução de Placards (aniversário, responsabilidades, etc.).

 

 

Outubro

Introdução e exploração da Temática "Família" através do "CD1 Morangui A Família"

Quem sou eu - Árvore genealógica

O que é a Família

Conhecer diferentes organizações familiares

Conhecimento do "eu" na estrutura familiar

Introdução dos suportes didácticos do Grupo Morangos: CD "Vamos brincar com o Morangui - A Família"

 

 

Novembro

Lenda de S. Martinho

Dramatização da Lenda de S. Martinho pelas Crianças

Festa e convívio de S. Martinho com os pais e familiares das crianças

Conhecimento da lenda de s. Martinho.

Inserir a família nas vivências da instituição

 

Festa do Magusto no espaço exterior com os grupos de crianças, adultos e familiares ligados à instituição.

 

 

 

Dezembro

Ida ao Circo;

Decoração da instituição e Árvore de Natal

Elaboração do Presépio

Festa de Natal.

Características gerais da época e sua simbologia (Pai Natal, Menino Jesus, família, sentido de partilha e solidariedade).

A Família do menino Jesus

O pai, a mãe e os avós

 

 

Janeiro

Elaboração de instrumentos de música simples com a ajuda dos pais

Cantar as janeiras nas salas da instituição e pela vizinhança

Vivência das tradições culturais

Observação da constituição e habitats de famílias reais

Introdução dos suportes didácticos do Grupo Morangos: LIVRO: "Sonho na Terra dos Morangos"

 

 

Fevereiro

Execução de fantasias e máscaras com a colaboração dos pais

Desfile/Corso carnavalesco

Exploração do Carnaval e suas características simbólicas

Exploração dos momentos partilhados/fotografados com os familiares

 

 

Março

Execução de uma prenda para o Pai.

Festa do dia do Pai

Comemoração do dia Mundial da Árvore.

O Pai no seio familiar - exploração dos papéis legados e actuais do homem na família

Apresentação/exposição dos trabalhos realizados pelas crianças sobre a família até aqui

 

 

Abril

Comemoração da Primavera

Palestra sobre o Ambiente aberta aos pais e à comunidade

Sensibilizar a família para os eventos da instituição

Os irmãos e os netos

 

 

Maio

Execução de uma prenda para a Mãe.

Festa do dia da Mãe

A mãe no seio familiar - exploração dos papéis legados e actuais da mulher na família

 

 

Junho

Festa surpresa para as crianças - Dia Mundial da Criança

Introdução do "Jogo dos Direitos da Criança"

Comemoração do dia da Criança

Exploração lúdica dos direitos da criança - o direito a ter uma família

 

 

 

Julho

Festa de Finalistas.

Manhãs de praia

Reunião de pais

 

Conhecimento de espaços diferentes (culturais, desportivos, lúdicos, pedagógicos, etc.).

Actividades Temáticas da Academia

Saídas efectuadas mediante o programa a apresentar pela Unidade Morangos®

  

    

2.5 - Avaliação

 

O processo de avaliação tem em vista a criação de atitudes positivas face à escola, quer do grupo de crianças, quer do grupo de adultos, permitindo a estes uma efectiva abordagem das dificuldades e necessidades da criança, tentando encontrar estratégias capazes de as minorar e satisfazer.

O processo de observação, registo, análise, execução, avaliação e reformulação da acção será um contínuo no trabalho quotidiano com o grupo de crianças que integra nas suas práticas a metodologia de trabalho de projecto.

O respeito pelos ritmos e percursos individuais com a necessidade de alcançar objectivos definidos, nem sempre é fácil, daí que a avaliação tenha de ser sistemática, contínua, contribuindo sempre para o sucesso e para uma maior igualdade de oportunidades. A avaliação de todo este processo implica reflexões contínuas e o preenchimento de uma grelha de observação onde podemos respeitar e acompanhar o desenvolvimento e aprendizagem da criança.

Este processo exige partilha, análise e reflexão da equipa pedagógica na tentativa de corrigir e adequar o processo educativo à evolução da criança e de encontrar estratégias que permitam envolver os pais, dando-lhe a dimensões adequada na formação e desenvolvimento harmonioso e equilibrado da personalidade dos seus filhos.

 

 

 

Considerações Finais

 

O objectivo principal não será garantir o produto perfeito da actividade das crianças - aquisição de determinados conhecimentos ou solução de um problema. Trata-se sobretudo de garantir o desenrolar do processo de produção dos conhecimentos e das soluções-problema.

Durante o desenvolvimento do Projecto, o educador/professor vai assumir papéis diversificados (líder do grupo, coordenador da actividade dos subgrupos, tutor, conselheiro, retaguarda, recurso, facilitador de contactos, consultor técnico, ...)

Partindo, em geral, de uma situação de relativa insatisfação, o processo de elaboração e execução do Projecto Educativo pode também proporcionar ao educador o alargamento do âmbito da sua capacidade de actuação sobre o real social, físico e relacional e, em última instância, sobre o desenvolvimento intelectual e sócio-afectivo das crianças que lhe são confiadas por várias horas por semana.

"os educadores (...) formulam hipóteses daquilo que pode acontecer com base no que conhecem das crianças e das suas experiências anteriores. A par destas hipóteses, formulam intenções flexíveis e adaptadas à s necessidades e interesses das crianças" (Rinaldi in Edwards, Gandini e Forman, 1993).

Assim, será importante sublinhar que os interesses e necessidades ou "por onde vamos?" são expressos pelas crianças nas várias fases do projecto e inferidos e geridos pelos adultos educadores ao longo do processo.

Acreditamos seriamente nas potencialidades desta metodologia de trabalho, mas sobretudo nas nossas crianças. Ninguém melhor que Loriz Malaguzzi, mentor das Escolas de Reggio Emília, o descreveu:

  

"As Cem Linguagens da Criança

 

A criança é feita de cem.

A criança tem cem mãos.

Cem pensamentos.

Cem modos de pensar, de jogar e de falar.

Cem sempre

Cem modos de escutar as maravilhas de amar.

Cem alegrias para cantar e compreender.

Cem mundos para descobrir.

Cem mundos para inventar.

Cem mundos para sonhar.

A criança tem cem línguas (e depois cem, cem, cem)

Mas roubaram-lhe noventa e nove.

A escola e a cultura separam-lhe a cabeça do corpo.

Dizem-lhe: para pensar sem mãos

Para fazer sem cabeça

Para escutar e não falar

Para compreender sem alegrias

Para amar e maravilhar-se

Só na Páscoa e no Natal.

Dizem-lhe: para descobrir um mundo que já existe

E de cem Roubaram-lhe noventa e nove.

Dizem-lhe: que o jogo e o trabalho a realidade e a fantasia a ciência e a imaginação o céu e a terra a razão e o sonho

São coisas que não estão juntas.

Dizem-lhe, enfim, que as cem não existem

A criança diz:

Ao contrário, as cem existem."

 

Loris Malaguzzi (1920-1994)

 

     

Referências Bibliográficas

 

EDWARDS, C., GANDINI, L., FORMAN, G. (1993) "The Hundred Languages of Children: The Reggio Emilia Approach to Early Childood Education. Norwood, HJ. Ablex.

 

Enciclopédia de Educação Infantil, Recursos para o Desenvolvimento do Currículo Escolar. Ed. Nova Presença, Volume I

 

ESCUDERO MUÑOZ (1988) " La inovación y la Organización escolar", in PASCUAL, R - org. - "LaGestion Educativa ante la innovación y el cambio, Madrid. Congresso Mundial Vasco. Ed. Nárcea.

 

KAMII, C. (1996): "A Teoria de Piaget e a Educação Pré-Escolar", Colecção Horizontes Pedagógicos, PUBLICAÇÕES INSTITUTO PIAGET

 

KATZ, Lilian, CHARD, Sylvia (1998) "A Abordagem de projecto em educação de infância", Fundação Calouste Gulbenkian

 

Ministério da Educação (1997) "Orientações Curriculares para Educação Pré-Escolar". Ed. Departamento da Educação Básica - GEDEI.

 

Ministério da Educação (1997) "Qualidade e Projecto na Educação Pré-Escolar". Ed. Departamento da Educação Básica - GEDEI.

 

PETERSON, R. e FELTON-COLLINS, V. (1998): "Manual de Piaget para Professores e Pais", Colecção Horizontes Pedagógicos, PUBLICAÇÕES INSTITUTO PIAGET.

 

ZABALZA, M. (1987): "Didáctica da Educação Infantil", Colecção Horizontes da Didáctica, Ed. ASA.

 

https://www.wikipedia.com

 

https://www.cm-sjm.pt/

  

 

ANEXOS

 

   

 

ANEXO I

 

Mapa da sala e Mapa do exterior

 

 

 

 

ANEXO II

 

Memória descritiva

 

 

 

ANEXO III

 

Plano de segurança

 

 

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